Chegamos no último mês do ano, com ele, é hora de olhar para o fechamento dos indicadores de novembro. Acompanhe abaixo a retrospectiva 2023 e as expectativas para 2024.
Ibovespa atinge maior patamar desde julho de 2021, com alta de 12,54% em novembro. No ano, a alta é de 16,04%. O dólar tem queda acumulada de 2,5% no mês e 6,91% no ano. Dados da inflação dos EUA fortalecem o dólar no Brasil e no Exterior.
| Painel Mensal | |
|---|---|
| Ibovespa | +12,54% |
| Dólar | -2,50% |
| Poupança | +0,60% |
| CDI | +0,91% |
| IFIX | +0,26% |
| Bitcoin | +6,59% |
Retrospectiva 2023: Um ano de volatilidade e desafios
O ano de 2023 foi marcado por uma notável volatilidade, resultado das influências do mercado financeiro global e também das decisões e declarações do governo. Apesar disso, houve algumas boas notícias.
À medida que nos despedimos deste ano, é hora de refletir sobre o que passou e antecipar o que está por vir em 2024. Este resumo se concentra no ambiente econômico e de negócios, um tema que gerou bastante discussão ao longo do ano. A volatilidade macroeconômica, a agitação governamental e as incertezas resultantes – algumas resolvidas, outras persistindo – forneceram material para uma variedade de análises.
A taxa de juros permaneceu elevada, deixando uma sensação amarga durante todo o ano. Porém, desempenhou um papel fundamental no controle das expectativas de inflação e na ajuda ao Banco Central para alcançar a meta de inflação de 2023, próxima ao limite superior de 4,75%. Em contraste, a política fiscal teve um efeito oposto, mantendo a economia mais aquecida do que o esperado pelos economistas. Gastos governamentais acima do previsto e alterações na PEC de transição resultaram no pior resultado primário desde 2020, o ano da pandemia.
Surpresas positivas no crescimento do PIB e mercado de trabalho
O ano trouxe algumas surpresas, tanto positivas quanto negativas. As projeções iniciais para o crescimento do PIB em 2023 eram modestas, em torno de 0,75%; entretanto, o número final se elevou para 2,9%. Renda e emprego também apresentaram resultados surpreendentes, gerando otimismo para um crescimento contínuo a longo prazo, atribuído a reformas significativas implementadas nos últimos anos, embora haja ceticismo em relação a essa perspectiva.
Nos mercados, a expectativa em relação à alta das taxas de juros nos Estados Unidos foi um fator determinante, resultando em volatilidade e um desempenho abaixo do esperado. As previsões para 2024 apontam para um crescimento econômico mais modesto, em torno de 1,5%, com redução das taxas de juros, ainda altas em 9,25%, e uma inflação abaixo de 4%, mas ainda acima do centro da meta.
Para a maioria das empresas, a realidade foi mais desafiadora do que sugere o cenário macroeconômico. Problemas enfrentados por empresas como Lojas Americanas e Light, um relacionado a uma possível fraude e o outro à recuperação judicial, afetaram significativamente os mercados de crédito e capitais. As emissões de ações e dívidas caíram drasticamente no primeiro semestre, enquanto as taxas de juros para as empresas subiram consideravelmente.
As expectativas para 2024: desafios e perspectivas
A nova regra fiscal, embora represente uma política de médio prazo, enfrenta críticas por sua facilidade de alteração no processo orçamentário anual. O governo visa alterar a meta de déficit primário para 2024, visando gastar mais, evitando os gatilhos que reduziriam os gastos em 2025, um elemento essencial deste novo arcabouço.
Um dos grandes projetos do Ministério da Fazenda, a reforma tributária dos impostos indiretos, tem avançado, substituindo numerosos impostos por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual. No entanto, alterações no projeto original levantaram críticas de especialistas, que consideram o plano ainda mais problemático do que o sistema atual. O período de transição entre os modelos tributários pode trazer dificuldades adicionais para as empresas no curto prazo, embora, a longo prazo, possa gerar impactos positivos.
Conclusão: reflexos, desafios e as expectativas para 2024
À medida que nos despedimos de 2023, observamos um cenário de alta volatilidade, parcialmente derivada do mercado financeiro global, mas também influenciada por ações governamentais. As aprovações do marco das garantias e da reforma tributária dos impostos indiretos são pontos positivos, porém, a perspectiva arrecadatória do governo gera incertezas para 2024.
Antecipa-se um crescimento econômico modesto, uma inflação próxima à meta e juros ainda elevados, reflexo da pressão exercida pelos gastos públicos.
