Se você está procurando investir em ações e quer tentar ao máximo diminuir o risco de perda, continue lendo sobre a estratégia long & short.
O QUE É LONG & SHORT?
Long & short é uma estratégia de operação muito popular na bolsa de valores. A ideia aqui é comprar e vender dois ativos simultaneamente.
No mercado financeiro, long é sinônimo de compra, e short, venda.
Quando dizemos “ponta long” quer dizer que o investidor está comprando um ativo, com o intuito desse ativo se valorizar. Por outro lado, quando dizemos “ponta short” significa que o investidor está operando em uma posição de venda de um determinado ativo, ou seja, apostando na desvalorização dele.
Assim, a ideia central é tentar se proteger e conseguir um saldo positivo com o resultado das operações.
COMO FUNCIONA ESSA COMPRA E VENDA AO MESMO TEMPO?
Primeiro, o investidor precisará escolher duas ações, começando com uma boa análise, em que ele obtenha as duas “pontas” para a operação.
Dois bancos, ou duas empresas de tecnologias, duas estatais, ou duas empresas de varejo. Ou então, dois ativos de uma mesma empresa. As escolhas não precisam necessariamente ser do mesmo setor.
Feito a escolha dos ativos, você comprará então aquele que, segundo sua análise, terá uma boa performance. Agora, para realizar a posição vendida requer muita atenção, o investidor não precisa ter a ação em questão na carteira. Você pode entrar vendido por meio de empréstimo de ativo ou alugar essa ação. Para realizar essa operação a corretora exigirá uma margem de garantia.
Saiba Como alugar uma ação.
Com as duas operações em mãos basta se atentar a duas coisas:
- Fazendo uma posição long & short o objetivo é que a ponta comprada suba ou que a ponta vendida caia, obtendo assim o lucro com a operação.
- Fique atento ao volume financeiro. É necessário que as duas pontas tenham a mesma quantidade financeira para que você possa obter ganhos com o spread das posições.
EXEMPLO DE UMA OPERAÇÃO LONG & SHORT
Vamos dar como exemplo dois bancos, Bradesco e Itaú. Eles têm uma correlação entre si, ou seja, existe uma “média” de preço para as duas companhias.
Vamos supor que hoje a ação do Bradesco esteja subprecificada. Para fins educacionais diremos que nesse cenário ela está à R$ 20,00. Por outro lado, a ação do Itaú subiu demais, em um preço acima do que vale ou do que seria a “média”, como por exemplo R$ 30,00.
Em algum momento as duas ações voltarão a média dos preços, e é aí que a estratégia long & short pode ser utilizada.
O investidor comprará Bradesco apostando na alta do ativo e ao mesmo tempo venderá Itaú, apostando na baixa. O ganho será obtido se a ação do Bradesco se valorizar ou a do Itaú cair.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Agora que você já entendeu o que é operar comprado e vendido ao mesmo tempo, é hora de entender quais são as vantagens e desvantagens dessa estratégia. Veja algumas a seguir:
VANTAGENS
- Não depende do desempenho geral da Bolsa – basta encontrar ativos que desempenhem bem na ponta que estiverem.
- Permite alavancagem – você não precisa de dinheiro para realizar a operação. Você pode optar por alugar ambas as ações das duas posições e ainda sair no lucro.
- Hedge – O investidor pode compensar as perdas de uma posição com os ganhos da outra.
- É uma ótima opção para retorno no médio prazo.
DESVANTAGENS
- Não há garantias de ganho nem proteção contra perdas na operação. O investidor deve entender que, por mais que a ideia aqui seja minimizar riscos, ainda assim, há riscos.
- Atenção à margem de garantia. Caso a operação não saia como planejado, a corretora exigirá o valor acordado pelo custo da operação (margem).
- Não há isenção de imposto de renda.
SOBRE A TRIBUTAÇÃO E CUSTOS?
A tributação aqui segue o mesmo padrão das ações. Se a operação durar mais de um dia ela terá um custo de 15% sobre os lucros. Se for realizada no mesmo dia, então a tributação será 20%.
Sobre os custos, fique atento à taxa de aluguel dos ativos, caso opte em alugar algum papel. Ela é ao ano e dependerá do contrato de aluguel que o investidor realizará.
Para operar long & short, a B3 (Bolsa de Valores brasileira) faz algumas exigências e garantias. O investidor precisa apresentar recursos que assegurem o valor negociado. Essas garantias podem ser dinheiro em conta, ações atreladas ao índice Ibovespa, títulos do Tesouro Direto entre outros.
COMO ESCOLHER BONS ATIVOS PARA A ESTRATÉGIA?
Você pode realizar diversas análises para identificar as melhores oportunidades e os melhores pares de ativos para estruturar suas operações.
A segunda opção seria identificar a oportunidade graças ao relatório da sua corretora. Os analistas responsáveis pela XP buscam guiar o investidor em operações não-direcionais (que não dependem da tendência do mercado), aproveitando a volatilidade dele.
Para indicar oportunidades eles buscam pares de ativos que tenham pelo menos 2 desvios-padrão de distorção e que já tenham indicado convergência para a média. Para acompanhar os resultados (track record) é sempre considerado o RATIO.
RATIO é o valor da ação comprada dividido pelo valor da ação vendida. Por exemplo: Executada a venda de ABCD3 a R$ 31,00 e a compra de EFGH4 a R$ 27,00, o RATIO da operação é 27,00/31,00 = 0,8710. Se o RATIO mudar para 0,8797 seja porque EFGH4 subiu ou ABCD3 caiu, a operação terá resultado positivo (bruto) de 1%.
A decisão sobre investir na estratégia long & short depende dos seus objetivos, carteira e perfil de investidor.
Se você precisar de ajuda fale com seu assessor de investimentos Solutio.
PERGUNTAS FREQUENTES
