As eleições para a presidência estão chegando e com isso a pergunta: Onde investir meus recursos nesse momento de incerteza?
Uma coisa é certa, você não pode escolher seus ativos se baseando apenas em quem ocupará a cadeira de Chefe do Poder Executivo do país. Há inúmeros fatores a serem analisados e é isso que vamos debater hoje!
PARA ONDE OLHAR?
A política com certeza interfere o meio econômico. Além da presidência, ministros, deputados, senadores, todos como um conjunto, estão interligados. Mas não é somente isso que vai movimentar seus investimentos.
Aqui vão algumas dicas para ficar de olho:
- INFLAÇÃO
A inflação é um dos principais vilões da economia e do seu bolso. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) dos últimos 12 meses é de 10,07% e o acumulado no ano de 2022 é de 4,77%. A alta dos preços como sabemos resulta na perda do poder de compra. Para o controle da inflação, algumas medidas monetárias são necessárias. O Banco Central já apertou tudo o que prometeu até agora, levando nossa taxa Selic a 13,75%.
Quais são as possibilidades para o próximo governo? Ou melhor, quais são as possíveis saídas?
- DÍVIDA PÚBLICA
Como os gastos do governo interferem no seu bolso?
A dívida bruta é um dos indicadores monitorados por investidores e agências de classificação de risco para avaliar a capacidade de solvência de um país. O dado oficial mais recente indica que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou o mês de julho em R$ 7,22 trilhões, o que representa 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Será que esse cenário vai mudar muito nos próximos anos?
RISCO-BRASIL (EMBI+)
Talvez esse indicador não seja tão comum quanto aos outros dois apresentados, mas ele é extremamente importante.
O Risco-Brasil funciona assim:
Em tempos de eleição onde há políticos com estratégias muito distintas como no Brasil, é natural que haja muita incerteza, pois, as propostas são muito diferentes. Com isso, os grandes investidores estrangeiros ficam um pouco receosos em investir aqui, visto que os aportes são grandes e ninguém sabe como o país será regido. Para compensar esse “risco” o retorno deve ser maior, como em qualquer título.
Esse indicador surgiu com foco em países emergentes que apresentam alto nível de risco segundo as agências de rating. Segue o gráfico dos últimos meses:
EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus) estima o desempenho diário dos títulos da dívida dos países emergentes em relação aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. O EMBI+ auxilia os investidores na compreensão do risco de investir no país, quanto mais alto for seu valor, maior a percepção de risco.
RENDA FIXA OU RENDA VARIÁVEL?
É fato que, os títulos do tesouro estão pagando mais do que 3 anos atrás. Isso porque a Economia mudou muito devido as medidas que se fizeram necessárias pela pandemia. Mas como ficarão os spreads com a incerteza política? Os títulos continuarão com altos retornos?
Sob a ótica da renda variável, o índice preço/lucro (P/L) do Ibovespa está sendo negociado em torno de 6,8x, enquanto a média histórica é cerca de 11x. Comparando aos índices internacionais como S&P, o desconto é de 60%.
Os meses que antecedem o período eleitoral, são de grande volatilidade. O gráfico abaixo ilustra o movimento histórico:
CONCLUSÃO
Bom, você percebeu que existem muitos fatores para olhar além de candidatos, certo? A situação econômica e as medidas que já estão sendo implementadas já são um começo para compor a análise dos seus próximos investimentos.
Não deixe a insegurança tomar conta do seu futuro. Comece a investir hoje mesmo!